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Briga de gigantes: Netflix vs Cannes

A 71º edição do festival de Cannes têm sido alvo polêmicas, debates e críticas, desde que, em abril, anunciou que os filmes produzidos pela plataforma streaming Netflix não estariam elegíveis para competição no festival.  A decisão foi tomada depois de que Cannes cedeu as exigências dos donos de cinema da França, onde a lei local determina que os filmes exibidos nas grandes telas tenham um hiato de três anos até que possam ser distribuídos em plataformas domésticas.

Em comunicado, a organização do Festival de Cannes anunciou:

“O Festival tem o prazer de receber um novo operador que decidiu investir em cinema e quer reiterar o seu suporte ao modo de exibição tradicional do cinema na França e no mundo. Consequentemente, após consulta com os Membros do Conselho, o Festival de Cannes decidiu adaptar suas regras para esta situação até agora despercebida: qualquer filme que desejar participar da Competição em Cannes terá que se comprometer a ser distribuído nos cinemas da França. Esta nova medida será aplicada a partir da edição 2018 do Festival Internacional de Cannes em diante.”

Após idas e vindas no conturbado relacionamento entre Netflix e Cannes, a empresa de streaming recusou-se a aplicar o regulamento estabelecido, sugerindo, inclusive, um boicote ao festival de filmes mais glamoroso do mundo. A 71º edição tem prometido ser a “edição da renovação”, mas, Ted Sarandos, diretor de conteúdo da Netflix, alegou em entrevista a revista “Variety” que o festival francês “precisa se modernizar”.

Em um xeque-mate ousado, a Netflix demonstrou interesse em adquirir os direitos do filme “EverybodyKnows”, que havia sido escolhido para a abertura do festival. Se a compra for confirmada, Cannes pode ter que engolir a participação da plataforma no evento.

A produção espanhola “EverybodyKnows”, de AsgharFarhadi, tem Javier Bardem e Penélope Cruz no elenco. E conta a história de uma mulher que retorna à sua cidade natal para descobrir mistérios envolvendo o seu passado.

Vale lembrar que a polêmica sobre filmes que vão da internet direto para um festival iniciou-se em 2017, quando dois filmes da Netflix entrarão na competição pela palma de ouro: Okja, de BongJoon-Ho e The Meyerowitz Stories, de NoahBaumbach.

 

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